A ideia central do Workshop Pesquisa em Tireoide, que está em sua segunda edição, foi abordar alguns aspectos básicos, e fundamentais, para aqueles alunos, que estejam trabalhando em tireoide na graduação e iniciação científica e, também, os pós-graduandos.
O workshop foi dividido em duas etapas. Na primeira parte, estiveram à frente da organização da atividade os doutores Janete Maria Cerruti, Ana Luiza Maia e Magnus R. Dias da Silva. A segunda etapa, com foco na medicina baseada em evidências e as diretrizes, a coordenação ficou a cargo dos doutores: Wanderley Bernardo (da AMB), Maria Helena Senger e José Augusto Sgarbi.
Ética e Perspectivas
Segundo a Dra. Ana Luiza, a programação foi pensada para um público selecionado que acompanhou novidades desde as pesquisas em células-tronco, como controvérsias e o que existe de realidade na área, até a questão da medicina baseada em evidências.
“Um ponto muito importante que discutimos foi a interação da ética e os seus aspectos legais, com as fronteiras do conhecimento que estamos alcançando na ciência”, disse a Dra. Ana Luiza. A endocrinologista disse que a advogada, Dra. Márcia Santana Fernandes, especialista e com pós-graduação nesta área, foi convidada para explicar sobre a bioética e os novos desafios que vêm pela frente.
Entre as dúvidas dos médicos estão: quais os aspectos legais de coletar tecido humano para armazenamento; como lidar com dados que são obtidos em bancos biológicos; quais os pontos a serem observados na lei de biossegurança, aprovada no Congresso Nacional; e a regulamentação das clínicas de fertilidade no país.
“Discutimos a nossa responsabilidade sobre os dados divulgados em trabalhos de pesquisa”, enfatizou a Dra. Ana Maria.
Endocrinologia Baseada em Evidências
Na segunda etapa, os debates, segundo a Dra. Ana Luiza Maia, enfocaram, entre outros pontos, o poder de evidência de acordo com o desenho do estudo. “É interessante observar o que cada desenho de estudo permite dizer. É preciso ter cuidado com a avaliação dos resultados finais. Precisamos passar como fazer isso para a geração que está se formando”.
Para a Dra. Ana Luiza, utilizar melhor os recursos e como deve ser a relação entre o médico e a indústria farmacêutica fazem parte do que os jovens precisam entender e assimilar.
Outro tópico importante, mencionado pela endocrinologista, foi sobre a apresentação do Dr. Wanderley sobre como filtrar melhor as pesquisas na internet. “Ele brincou dizendo que não há problema para que o médico, entre um paciente e outro, leia uns 200 novos artigos publicados. Por isso, esse debate para entender melhor como selecionar melhor o que irá ler foi essencial”, disse a Dra. Ana Luiza.
Foi enfatizado que depois da filtragem, o censo crítico é fundamental para uma seleção adequada. “A decisão final está sempre ligada ao seu poder de análise e sua capacidade crítica e é isso que queremos transmitir na formação dessa nova geração”.