Você sabe quais são os exames necessários para detectar as doenças da tireoide?
Há atualmente vários exames de identificação das doenças tireoidianas. Alguns mais específicos, usados apenas em determinados casos, e outros que são essenciais para detectar os problemas na glândula.
A aplicação dos mesmos é continuamente debatida e as condutas para o diagnóstico estão sempre sendo aperfeiçoados através das observações dos profissionais e reunidos em consensos médicos. Esses consensos são guias para orientação não só do diagnóstico do paciente como de todo o desenvolvimento do tratamento.
Nos consensos atuais do Departamento de Tireoide da SBEM, o exame inicial para identificar as doenças relacionadas ao funcionamento tireoidiano é a dosagem do hormônio tireoestimulante (TSH).
Conhecendo os principais exames
– Dosagem do TSH: É o principal exame para o diagnóstico do hipotireoidismo e hipertireoidismo. Os valores normais de referência diferem de acordo com a faixa etária e presença ou não de gestação. Recomenda-se a dosagem em pacientes com suspeita ou risco para hipo ou hipertireoidismo além de se recomendar o rastreio a cada cinco anos a partir dos 35 anos.
Não necessariamente um TSH alterado reflete a presença de doença tiroeidiana. Em algumas situações ele se eleva temporariamente, retornando para os seus valores normais em determinado período. Assim, é necessário realizar nova coleta em um intervalo de três a seis meses, acompanhado de dosagem T4 livre.
– T4 livre: Assim como o TSH, o T4 livre auxilia no diagnóstico do hiper e hipotireoidismo. Caso haja discordância nos resultados de T4 livre uma investigação pelo especialista é recomendada.
– Dosagem do T3 total e/ou livre: Em conjunto com a interpretação do T4 livre, é um importante exame que ajuda no diagnóstico e seguimento do tratamento do HIPERTIREOIDISMO. Não é adequado para detectar o HIPOTIREOIDISMO.
– Anticorpos Antiperoxidase (Anti TPO), Anticorpos Antitireoglobulina (Anti-Tg), Anticorpos Anti-receptores de TSH (TRAb): Detectam doenças tireoidianas auto-imunes (DTA) como Doença de Graves e Tireoide de Hashimoto. Essas doenças são as causa mais comuns de hipo e hipertireoidismo.
– Ultrassonografia, Punção Aspirativa por Agulha Fina e Biópsia: Auxílio na identificação da natureza do nódulo de tireoidie – benigno ou maligno. A ultrassonografia também é útil também para indicar a necessidade e orientar a punção aspirativa por agulha fina, método padrão ouro para esclarecimento da natureza dos nódulos suspeitos.
– Triagem Neonatal (Teste do Pezinho): Deve ser realizada no recém-nascido entre o 3° e 6° dia de vida. O teste consiste na dosagem do TSH e/ou T4 total (T4T) em amostra de sangue seco em papel de filtro retiradas do calcanhar do bebê. É recomendado um segundo teste confirmatório, que deve ocorrer entre a primeira e segunda semana de vida.
Entendendo os consensos médicos
De acordo com o Departamento de Tireoide da SBEM, os consensos médicos ajudam na condução prática dos profissionais nos cuidados com o paciente. Eles foram elaborados pensando nas populações em situações comuns. Devem ser interpretados e aplicados com bom senso, levando em consideração tudo o que o envolve: particularidade de cada caso, oferta de exames e profissionais no meio em que vivemos, as preferências do paciente e a experiência de cada profissional.
Tudo isso é analisado e elaborado para tentar melhorar o diagnóstico, os tratamentos e auxiliar nos exames a serem realizados.