Um grupo de endocrinologistas brasileiros elaborou um questionário para coletar informações de pesquisa para indicação de radioiodoterapia no tratamento do Carcinoma Diferenciado de Tireoide no Brasil. A iniciativa tem o apoio da SBEM e do Departamento de Tireoide, além da SBMN (Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear) e da SBCCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço).
O questionário foi proposto pela Dra. Rosália Padovani, em conjunto com outros médicos endocrinologistas como o Dr. Helton Ramos (diretor do Departamento), Dra. Ana Luiza Maia, Dra. Fernanda Vaisman, Dra. Ana Amélia Hoff, Dra. Marília M. S. Marone e Dr. José Miguel Dora, além do presidente da SBMN, Dr. George Coura Filho.
A pesquisa busca entender como é feita e como se encontra a indicação de radioiodoterapia para o tratamento do Carcinoma Diferenciado de Tireoide no Brasil, bem como os fatores que são levados em consideração nesta tomada de decisão. A iniciativa tem a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.
A Pesquisa
A Dra. Rosália explicou que a incidência de nódulos de tireoide e carcinoma diferenciado de tireoide vem aumentando significativamente nas últimas décadas. A médica destacou que, ao mesmo tempo, o tratamento e a forma de seguimento deste tipo de tumor de tireoide vêm se tornando cada vez mais individualizados.
“Logo após o lançamento das Diretrizes de Manejo da American Thyroid Association (ATA 2015) para pacientes adultos com nódulos de tireoide e câncer diferenciado de tireoide, tornou-se evidente que existem opiniões discrepantes envolvendo algumas das recomendações dos principais guidelines”, disse.
A endocrinologista ressaltou que, nesse contexto, especificamente em relação à indicação de radioiodoterapia, embora todos os autores estejam estudando a mesma doença e a mesma modalidade terapêutica, a variabilidade dos achados dos estudos disponíveis na literatura indica que existe realmente uma grande e importante heterogeneidade na seleção de pacientes. “A indicação deste tratamento sofre influências de fatores locais, como a qualidade das avaliações pré-operatórias e pós-operatórias, disponibilidade e qualidade das medições de marcadores tumorais, experiência do cirurgião operacional e preocupações clínicas da equipe local. Por isso, surgiu nosso interesse em avaliar como se dá esta indicação terapêutica no Brasil”.
Como participar
Para participar da pesquisa basta acessar o link do questionário. A participação é voluntária e anônima.
A Dra. Rosália esclareceu que não há um prazo final ainda estabelecido para o envio das respostas do questionário. Ela informou que é necessário um número considerável de respostas e pede a participação de todos. “Precisamos que estas respostas venham de médicos de várias localidades do nosso país para que a análise de dados possa ser concluída”, finalizou.