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Distúrbios da TireoideEm destaque

Orbitopatia de Graves

By 4 de outubro de 2019julho 16th, 2020No Comments

O hipertireoidismo é um problema que se caracteriza pela produção em excesso dos hormônios da tireoide. Uma de suas principais causas é a Doença de Graves que, se não for tratada corretamente, pode trazer complicações de saúde. Uma delas é a Orbitopatia de Graves (Oftalmopatia de Graves).

O diretor do Departamento de Tireoide da SBEM, Dr. Danilo Villagelin, explica que a Orbitopatia de Graves é uma inflamação de origem autoimune, que surge na órbita ocular do paciente. Ela pode aparecer antes, durante ou após o diagnóstico do hipertireoidismo, acometendo músculos e gordura atrás dos olhos, e está frequentemente associada ao tabagismo. Raramente está relacionada ao hipotireoidismo (Tireoidite de Hashimoto) ou ao eutireoidismo, que é a função normal da tireoide.

As mulheres são as mais afetadas pela doença. Entretanto, os casos graves são mais frequentes nos homens e pode levar a perda visual definitiva.

Sintomas

A doença, geralmente, se apresenta de forma leve à moderada num primeiro momento, sendo diagnosticada pela presença de sinais inflamatórios como: hiperemia (vermelhidão), edema (acúmulo anormal de líquido) dos olhos ou pálpebras e proptose (olhos saltados). Essas são as principais queixas dos pacientes. No entanto, há casos em que pode existir diplopia (enxergar duplo) ou perda visual.

O Dr. Danilo informou que um estudo, publicado em abril deste ano na revista científica Frontiers in Endocrinology, mostrou que os pacientes, mesmo com formas mais leves da doença apresentam uma perda significativa na qualidade de vida. Além disso, entre esses pacientes, os jovens são os mais afetados.

A pesquisa foi realizada pela PUC Campinas, em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além do Dr. Danilo, participaram do trabalho a vice-presidente do Departamento de Tireoide, Dra. Patrícia de Fátima Teixeira (pela UFRJ), os doutores João Romaldini e Roberto Santos (PUC Campinas), e as doutoras Ana Beatriz e Juliana Andrade (Hospital do Servidor Público/SP).

Diagnóstico e Prevenção

Geralmente o diagnóstico é clínico e está associado aos exames laboratoriais. Entretanto, algumas vezes, há a necessidade de realizar exames de imagem como ressonância magnética da face.

Segundo o endocrinologista, há algumas ações que podem melhorar os sintomas da orbitopatia: um controle adequado da função tireoidiana e nos pacientes tabagistas é essencial parar de fumar. Dr. Danilo destaca que, nestes casos, o tabagismo é um fator importante para o mal prognóstico. Além disso, o uso de colírios também ajuda a lubrificar os olhos. “Recentemente dois novos medicamentos foram testados com resultados promissores para os pacientes com manifestações severas da orbitopatia”, finalizou.