Estima-se que 10% da população desenvolverão um nódulo palpável de tireoide durante a vida. Depois que a ultrassonografia cervical passou a ser feita com mais frequência, o número de diagnósticos aumentou significativamente. Isso se deve ao acesso facilitado ao Sistema Único de Saúde e a melhores meios de diagnóstico. Além do ultrassom, também é feita a citologia, realizada em material coletado através de punção do nódulo com agulha fina.
Cerca de 10% dos cânceres de tireoide são carcinomas medulares. Se for considerada a elevada prevalência de nódulos diagnosticados por ultrassonografia ou por palpação, há uma quantidade considerável de nódulos suspeitos de carcinoma medular na população brasileira. Isso tem feito algumas sociedades médicas incluírem exames de rastreamento de carcinoma medular na rotina de investigação de todos os nódulos da tireoide.
Por isso, o Departamento de Tireoide da SBEM lançou uma campanha pela inclusão da análise molecular do gene RET, em pacientes com carcinoma medular e em seus familiares, pelo SUS. A demonstração de que a maioria dos pacientes com as formas hereditárias de carcinoma medular de tireoide (CMT) e uma parte dos CMT esporádicos apresenta mutações no proto-oncogene RET, tornou possível a utilização deste gene como teste diagnóstico de rastreamento.
A procura dessas mutações requer apenas a coleta de uma amostra de sangue e com relação custo-benefício menor do que os rastreamentos bioquímicos. Pode ser realizado independentemente da idade, até mesmo após o nascimento. O objetivo da campanha é que se compreenda a importância de tal exame e sua realização seja autorizada através do Sistema Único de Saúde particularmente para os portadores de CMT e seus familiares.