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EBT 2014: Portadores de Hipotireoidismo Desconhecem a Doença

By 1 de maio de 2014julho 10th, 2020No Comments

O Hipotireoidismo atinge de 8 a 10% da população brasileira, sendo mais comum acometer mulheres após a menopausa e os idosos. O diagnóstico é simples e de baixo custo, mas especialistas relatam que uma proporção significativa de portadores desconhece ter a doença. Os sintomas podem ser neurológicos, cardiológicos, músculo-esqueléticos, osteo-articulares, gastro-intestinais e dermatológicos, entre outros. Apesar de facilmente tratada, em alguns casos sem tratamento adequado, a doença pode causar complicações, como insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, derrame pericárdico, acidente vascular cerebral e morte.

O diagnóstico é simples, feito através da determinação do hormônio estimulador da tireoide (TSH), produzido pela hipófise, localizada no sistema nervoso central e que controla as demais glândulas endócrinas do organismo. No Hipotireoidismo, mesmo em fases muito iniciais, os níveis de TSH encontram-se elevados. Em estágios mais adiantados, há ainda diminuição dos níveis sanguíneos dos hormônios tireoidianos.

“Esses hormônios controlam todas as funções orgânicas. Costumo dizer para meus pacientes que seria um papel semelhante ao de um maestro de uma orquestra, que é responsável por todos arranjos, ritmo e harmonia. Assim, é natural que em uma situação de excesso (hipertireoidismo) ou diminuição (hipotireoidismo) da produção e oferta desses hormônios haverá um comprometimento global de todas as funções orgânicas”, explica Dr. José Augusto Sgarbi, presidente da Comissão Organizadora do XVI Encontro Brasileiro de Tireoide (EBT) e Profº. da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia da Faculdade de Medicina de Marília.

Mulheres são mais acometidas do que homens numa proporção de até 8 para 1. Entre as hipóteses estudadas para esta disparidade figura a influência do cromossomo X, os hormônios femininos, o uso de contraceptivos, paridade e a terapia de reposição hormonal.

Durante o XVI EBT, serão discutidos aspectos atuais e polêmicos sobre o Hipotireoidismo, entre eles: a terapia combinada do T3 e T4 em algumas situações clínicas, quando a reposição apenas com levotiroxina (T4) não é suficiente; o tratamento com doses semanais (em vez de diárias) do hormônio tireoidiano; o diagnóstico em crianças; e as particularidades em idosos.

Definição – O Hipotireoidismo é uma condição clínica que ocorre em consequência da diminuição da oferta de hormônios produzidos pela glândula tireoide (hormônios tireoidianos) aos diversos tecidos do nosso organismo. Os hormônios tireoidianos (T4 e T3) regulam a produção de proteínas, a produção e liberação de energia, o metabolismo das gorduras e a função cardíaca, entre outras.

Causas – são variadas, mas a mais comum é a Tireoidite de Hashimoto (que responde por 80% dos casos), uma inflamação autoimune na tireoide. A ingestão insuficiente de iodo é outra causa de hipotireoidismo. “Estamos falando de milhares de pessoas ao redor do mundo onde a deficiência do iodo é ainda endêmica. A remoção cirúrgica da tireoide tem se tornado uma causa cada vez mais comum”, alerta Dr. Sgarbi, que será o coordenador da palestra “Tratamento do hipotireoidismo: o que ainda deve ser discutido”, durante o XVI EBT.