A Dra. Denise Pires de Carvalho, ex-presidente do Departamento de Tireoide da SBEM (de 2003 a 2007) e da Sociedade Latino Americana de Tireoide (de 2013 a 2017), foi eleita a primeira mulher reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A endocrinologista também foi membro da Comissão Científica do último Encontro Brasileiro de Tireoide (EBT), em 2018.
O Departamento de Tireoide, atualmente presidido pelo Dr. José Sgarbi, parabeniza a colega pela conquista histórica. O feito é o reconhecimento do trabalho da especialista, mas também o fortalecimento da endocrinologia brasileira, em especial da tireoide.
A Indicação e a Eleição
Essa não é a primeira vez que a Dra. Denise concorre à reitoria da UFRJ. Em 2015, a médica disputou com o atual reitor, Roberto Leher. Por isso, ela afirma que a candidatura este ano foi um processo natural. “Desde a primeira candidatura, trabalhamos para que a universidade pudesse avançar de forma unida. Resgatamos e ampliamos o projeto anterior, buscando um novo modelo de universidade e avaliando qual a melhor forma de administrá-la. Esse novo olhar vem sendo construído há algum tempo.”
A eleição, que contou com três chapas, aconteceu de 2 a 4 de abril e teve mais de 20 mil pessoas aptas a votar. Dra. Denise foi eleita com 9.427 votos. Ela explicou que vencer uma eleição na UFRJ, no primeiro turno, é muito difícil e comentou que alguns detalhes do processo eleitoral ainda precisam ser definidos.
Segundo a médica, seu nome ainda será indicado pelo Colégio Eleitoral, que acontece no próximo dia 30 de abril. “Normalmente o candidato que venceu a eleição é indicado pelo Conselho Universitário como o primeiro da lista. Porém, é preciso aguardar a reunião do Colégio Eleitoral, que encaminha a lista para Brasília. A nomeação é feita pelo presidente da República. Só após a confirmação dele é marcada a posse, que está prevista para início de julho.”
Os Desafios e a Importância da Figura Feminina
A endocrinologista destacou que ser a primeira mulher à frente da UFRJ a deixa muito orgulhosa. Ela enfatizou que o crescimento da mulher em cargos tão importantes quanto esse é de extrema relevância para a sociedade, e lembrou que em outras instituições isso já é uma realidade. “Na UFRJ ainda é algo novo, mas em outras universidades federais temos mulheres reitoras, inclusive colegas minhas. Isso mostra que a sociedade está mudando e que a igualdade de gênero começa a ser vista no nosso país. A figura feminina é muito presente em várias áreas. Não há o porquê de não chegar a cargos de liderança.”
Dra. Denise contou que no próximo ano a Universidade completa 100 anos. Por isso, assumir a instituição se torna ainda mais especial. A especialista destacou os principais desafios que terá pela frente. “Nosso maior desafio é a consolidação dos novos campus e cursos com um orçamento bastante reduzido. A UFRJ abriu novas instalações em Macaé e Duque de Caxias e investiu no programa de ampliação, expansão e democratização do acesso às universidades federais, o que nos empolga. Essa parte precisa de um olhar especial da universidade, principalmente porque tem se desenvolvido muito bem.”
A médica espera levar para a gestão da UFRJ o conhecimento que acumulou enquanto esteve à frente de sociedades científicas e médicas. Dra. Denise afirmou que aprendeu muito nestes períodos. “A experiência na organização de ações e eventos foram grandes ensinamentos. À frente do Departamento de Tireoide pude ajudar no fortalecimento da sociedade, inclusive, discutindo o estatuto da SBEM, no qual passamos três intensos dias debatendo o tema em Brasília. É com essa ideia e estímulo que chego à UFRJ, buscando fortalecer ainda mais a instituição, que foi a primeira universidade do Brasil.”