Durante a gestação ocorrem mudanças importantes no organismo da mulher e nos hormônios, que podem influenciar no funcionamento da tireoide. É comum gestantes desenvolverem hipotireoidismo ou hipertireoidismo nesse período e, por isso, é essencial a atenção com as alterações na glândula.
O aparecimento de nódulos tireoidianos também é bastante comum durante a gravidez. No entanto, não é recomendado realizar ultrassonografia de rotina em gestantes. Em muitos casos, os nódulos não trazem riscos a essas mulheres, sendo necessário apenas o acompanhamento. Caso necessite de cirurgia, a mesma deve ser realizada após a gestação.
Os Hormônio da Tireoide na Gravidez
Os hormônios produzidos pela tireoide (T3 e T4) são fundamentais para a gestante e o bebê. Para o desenvolvimento neurológico da criança, é importante que os níveis desses hormônios estejam adequados. No início da gravidez, ele depende totalmente do hormônio materno. A tireoide do feto só começa a se formar a partir da 8ª semana de gestação.
Se o hipotireoidismo ou hipertireoidismo não forem diagnosticados e tratados corretamente podem trazer consequências tanto para a saúde da mãe quanto para o bebê. Na mulher, pode aumentar os sangramentos, a pressão arterial e levar a abortos prematuros. Já no bebê, pode resultar em problemas mentais e déficit cognitivo.
Avaliação da Gestante
Há um debate entre os especialistas se toda gestante precisa ter a tireoide avaliada. Para alguns médicos deve-se levar em consideração aquelas gestantes que têm um risco de desenvolver problemas na tireoide.
– Histórico de algum problema na tireoide ou ter anticorpos antitireoidianos no exame de sangue;
– Sinais ou sintomas que sugerem problemas na tireoide: cansaço, rouquidão, pele seca, alterações no funcionamento do intestino, maior intolerância para o frio ou para o calor que o habitual.
– Aumento da tireoide visível ou palpável;
– Mais de 30 anos de idade;
– Ter feito radiação ou cirurgia no pescoço previamente;
– Diagnóstico de diabetes tipo 1 ou outra doença autoimune, como vitiligo, artrite reumatoide, lúpus;
– Histórico de perda fetal, parto prematuro ou infertilidade.
– Histórico familiar de doença tireoidiana ou doenças autoimunes;
– Obesidade;
– Uso recente de medicamentos como amiodarona, lítio, contrastes iodados ou medicações contendo iodo;
– Morar numa região onde sabidamente há carência de iodo.
Acompanhamento
O TSH é o primeiro exame que deve ser realizado. Ele vai indicar qual o risco que a gestante tem de evoluir para uma disfunção da tireoide ou se já há um problema na glândula. É normal que a gestante apresente um TSH um pouco mais baixo. Por isso, é recomendado em disfunções mais discretas que ele seja repetido.
É fundamental que a mulher que deseja engravidar e que já tenha diagnóstico de disfunção na tireoide informe ao médico previamente. Caso seja necessário, as doses dos hormônios devem ser ajustadas antes da gravidez ou no início da gestação.
A mulher deverá ser avaliada e repetir os exames no segundo mês após o parto. O fato da mãe ter alguma disfunção na tireoide não necessariamente implicará em problemas na tireoide do bebê. Por isso, o acompanhamento e a realização do Teste do Pezinho, nos primeiros dias de vida, são fundamentais.