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Diagnóstico do Câncer da Tireoide

By 23 de novembro de 2010julho 8th, 2020No Comments

Várias mudanças de conduta têm sido observadas em relação ao diagnóstico do Câncer da Tireoide, principalmente após o recente aumento do número de casos detectados. De acordo com o que afirmou a Dra. Laura S. Ward, vice-presidente do Departamento de Tireoide da SBEM, durante uma palestra no CBEM 2010, em Gramado, apesar do crescimento, a maioria deles corresponde a tumores pequenos. “Embora a incidência possa chegar a 63% da população, principalmente entre mulheres acima dos 60 anos, cerca de 90% desses nódulos são benignos. Mesmo assim, casos específicos devem ser avaliados”, alerta a especialista.

Em geral, apenas nódulos maiores que 1 cm devem ser investigados, porém os especialistas devem ficar atentos a alguns casos de nódulos menores, principalmente quando existe história de irradiação na cabeça e/ou pescoço, histórico familiar de Câncer de Tireoide ou achados sugestivos de malignidade à ecografia (ex. hipoecogenicidade, aumento do fluxo intranodular).  “Quando um nódulo tireoidiano é identificado, devemos realizar uma anamnese completa, investigando para os possíveis fatores de risco. Vale lembrar que crescimento rápido, rouquidão ou dificuldade de engolir são sintomas que sugerem a malignidade”, alerta a especialista. Para ela, a classificação do risco do paciente, num primeiro momento, é muito importante. “É através da análise de risco que optaremos por uma tiroidectomia total, ou parcial”, afirma.

Em sua palestra, a especialista destacou, também, formas eficientes de identificação, entre elas o ultrassom ou a tireoglobulina. “São ótimos marcadores. Além disso, estão surgindo tireoglobulinas mais sensíveis e, se forem usadas juntamente com o ultrassom, é possível que se chegue a um resultado com quase 100% de certeza”, diz a endocrinologista.

De acordo com o artigo “Carcinoma Diferenciado da Tireoide”, publicado no blog da SBEM, assinado pelos doutores Ana Luiza Maia, Mario Vaisman e Léa Z Maciel, além da Dra. Laura, de modo geral, é consenso que a punção-biópsia com agulha fina é o exame mais importante na avaliação de um nódulo da tireoide. Ele vai responder se o nódulo é um câncer ou não.

De acordo com o texto, a abordagem inicial pode incluir a dosagem do TSH sérico. “Níveis supressos do TSH sugerem um nódulo funcionante, que classicamente apresentam baixa taxa de malignidade. Nesse caso, uma cintilografia pode confirmar o nódulo “quente” e mesmo dispensar exames citológicos. Se o nódulo foi identificado pela palpação, é necessária a realização de uma ultrassonografia para determinação precisa do tamanho, aparência (cístico, microcalcificações, bordas) ou presença de outros nódulos. Nódulos localizados na parte posterior da tireoide e os nódulos mistos devem ser puncionados. É também importante que a PAFF seja avaliada por citopatologista com experiência em tireoide”.

De acordo com a Dra. Laura, existem várias evidências de que microcarcinomas (menores que 1cm), em indivíduos classificados como de baixo risco, podem não evoluir clinicamente. A definição, porém, do perfil de quem são os pacientes com baixo risco ainda não é clara. De acordo com o artigo, “suas características principais são uma mescla de fatores relativos ao paciente, como sua idade (entre 20 e 45 anos), e ao tumor descrito pelo cirurgião e pelo patologista (tamanho menor do que 2 cm, papilífero clássico e bem diferenciado, de foco único, central e sem invasão extratireoidiana)”. Mesmo assim, o texto alerta que a avaliação de risco deve ser refeita a cada reavaliação do paciente com CDT durante seu acompanhamento.