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Cuidados Cardiometabólicos

By 24 de abril de 2010julho 8th, 2020No Comments

Recentemente, especialistas de diversas partes do mundo estiveram reunidos no Rio de Janeiro para um evento que discutiu o sistema cardiovascular e a ação do hormônio tireoidiano. O tema central – Cardiologia e Metabologia -, segundo os especialistas, é uma mistura indissolúvel, já que o hormônio tireoidiano é muito importante em todo o controle cardiovascular.

Evento na América do Sul

Foi o primeiro evento, promovido pela Merck Serono, dentro do novo formato, ou seja, realizado fora da Europa. A iniciativa contou com o apoio do Dr. Mario Vaisman (Rio de Janeiro) e Dr. David Cooper (Baltimore, USA). Foram 90 brasileiros em cerca de 270 participantes – 20 diferentes países. Segundo a Dra. Laura Ward, vice-presidente do Departamento de Tireoide da SBEM, a troca de informações é excelente porque mostra, principalmente para os brasileiros na área de pesquisa básica e clínica, o alto nível científico dos pesquisadores nacionais.

Segundo a endocrinologista, além dos participantes, vários especialistas brasileiras fizeram parte da programação científica, como o Dr. Rui Maciel (São Paulo), que falou sobre a função tireoidiana na doença crítica; Dr. Hans Graf (Paraná), que abordou a amiodarona e a tireoide; o Dr. João Hamilton Romaldini (São Paulo), cuja temática foi o efeito do hormônio tireoidiano no metabolismo lipídico; e o Dr. José Augusto Sgarbi, como palestrante do tema Hipertiroidismo subclínico e o risco cardiovascular.

Em sua apresentação, a vice-presidente do Departamento falou sobre a reposição com hormônio tireoidiano e o paciente difícil de controlar, que, segundo relatou, é um paciente que está, com muita frequência, nos consultórios dos endocrinologistas. “É um tipo de paciente que usa doses elevadas de tiroxina ou que precisa de ajustes frequentes na dosagem”.

A especialista mencionou as principais causas que levam a essa dificuldade, entre elas, a falta de adesão ao tratamento ou de costumes na tomada da medicação. “Muitas vezes, o fato ocorre por nossa culpa como médicos. Alguns colegas precisam gastar mais tempo ensinando seus pacientes como deveriam tomar o medicamento e qual o efeito que tem a tomada inadequada ou a falta de tomada da levotiroxina“. A Dra. Laura comentou sobre outros problemas com as alterações na absorção da levotiroxina que acontecem, por exemplo, se houver uma ingestão misturada com algum alimento como café ou cereais. “Existem, também, uma série de doenças que afetam a absorção da levotiroxina – como diabetes e anemia – ou o uso de medicamentos como antiácidos, inibidores de prótons, pílulas anticoncepcionais e insulina, que muitas vezes são esquecidos na conduta do tratamento”.

Outro tema que vem ganhando destaque e que foi tema de uma das mesas está relacionado aos disruptores tireoidianos, que é a reação do organismo a uma série de produtos, que são ingeridos voluntária ou involuntariamente, e que podem alterar o metabolismo do hormônio tireoidiano. O fato pode causar dificuldade no tratamento do paciente com hipotireoidismo. O site do Departamento de Tireoide fez uma reportagem sobre o tema.

No EBT

Hipotireoidismo e doenças metabólicas foi outro tema abordado e tem sido motivo de muitos estudos. “No próximoEncontro Brasileiro de Tireoide, em Florianópolis, teremos um dos convidados internacionais, Dr. John Baxter, falando sobre o assunto. Ele trabalha em compostos derivados da tiroxina, que esperamos estar, em breve, no mercado para tratar obesidade, hipertensão e dislipidemias.

Plenária cheia e à esquerda: Dr. Rui Maciel, Dra. Laura Ward e Dr. Mario Vaisman.

Fotos Celso Pupo