O mês de abril foi de mobilização ao câncer. A data oficial do combate e conscientização a doença, instituída pela Organização Mundial da Saúde, foi no dia 8 de abril. A Dra. Ana Luiza Maia, membro da diretoria do Departamento de Tireoide da SBEM, falou sobre a questão e destacou alguns pontos importantes sobre o câncer de tireoide no Brasil, que frequentemente é discutido por especialistas em reuniões, congressos, etc.
A Dra. Ana Luiza lembrou que o tema foi um dos assuntos abordados no último Encontro Brasileiro de Tireoide (EBT 2016), em Gramado/RS. A médica informou que durante o evento foi realizado um simpósio visando discutir os avanços, as metas e os desafios do câncer de tireoide no país. “O principal objetivo foi discutir estratégias para construir uma rede nacional, que incluiria os principais pesquisadores e centros acadêmicos no Brasil para desenvolver e facilitar a implementação de políticas e diretrizes no diagnóstico e tratamento da doença.”
A endocrinologista explicou que o câncer de tireoide geralmente se apresenta como um nódulo. Segundo ela, os nódulos tireoidianos são bastante comuns e aproximadamente 10% da população tem o problema. Porém, a chance do nódulo ser um câncer é pequena. “A incidência anual de câncer de tireoide é de cerca de 7-8 por 100.000 habitantes. Na maioria dos casos, a suspeita do diagnóstico surge no exame físico ou na ultrassonografia da tireoide e pode ser confirmado através da realização de uma punção-biopsia no nódulo”, esclareceu ela acrescentando que – de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) – o câncer de tireoide é a sétima neoplasia maligna mais frequente em mulheres brasileiras.
Outro ponto destacado pela médica foi com relação aos estudos sobre essas doenças. Dra. Ana Luiza salientou que nos últimos anos houve um grande progresso no campo das doenças da tireoide, em particular na patogênese molecular e no tratamento do câncer de tireoide. “Aprendemos sobre as principais alterações genéticas, suas vias de sinalização associadas e, o mais importante, sua correlação com o comportamento tumoral.”
A especialista concluiu que estes dados em conjunto tiveram um impacto significativo no tratamento de pessoas com câncer de tireoide. De acordo com ela, com base na categorização molecular de tumores, foram desenvolvidas novas drogas para formas mais graves de tumor. “Esses novos medicamentos melhoram significativamente o prognóstico de tumores que não respondem ao iodo radioativo, uma forma muito agressiva de câncer de tireoide. Além disso, com base nos dados clínicos acumulados, aprendemos que a maioria dos carcinomas da tireoide pode não exigir qualquer tratamento adicional após a cirurgia”, finalizou.