Flavia Garcia, Gramado, RS
A gravidez é um período que envolve a saúde das mães e dos bebês. Mães com hipofunção tireoidiana não tratadas, podem afetar o sistema neurológico do feto, pois poderá haver insuficiência de transporte de T4 pela placenta, que é convertido em T3 para o feto. “Se a mãe tem uma doença autoimune da tireoide, o tratamento precisa de uma atenção maior, para assegurar o transporte adequado de hormônio tireoidiano pela placenta”, informou o Dr. John Lazarus (Reino Unido).
O especialista apresentou estudos com diferentes dosagens de T3 e T4 reforçando que “precisamos de algumas faixas de referência específica para a dosagem dos hormônios tireoidianos (HT) na gravidez” e lembrou, ainda, que a ingestão recomendada de iodo em grávidas pela Organização Mundial da Saúde é de 250 microgramas por dia, uma quantidade maior que do adulto em geral que é de 150 microgramas por dia.
A respeito de mães com Doença de Graves, doença autoimune com produção excessiva de HT, o especialista lembra que pode haver uma certa melhora durante a gravidez, assim como acontece com outras doenças autoimunes. A respeito do manejo dessas pacientes, se faz necessário confirmar o quadro e monitorar a função tireoidiana durante toda a gravidez com a menor quantidade de drogas anti-tireoidianas possível. Outro cuidado é no momento da amamentação, pois a literatura não sugere a utilização de drogas anti-tireoidianas nestes casos, mas ele afirma que baixas doses podem não ser maléficas.
O Dr. Lazarus recomenda a realização de uma triagem do estado hormonal tireoidiano em todas as mulheres grávidas e, quando detectado alguma alteração hormonal (insuficiência ou excesso), um tratamento adequado e uma monitorização cuidadosa se faz necessária.
O LATS 2009 reuniu os principais especialistas em tireoide, de 30 de abril a 3 de maio, no Hotel Serrano, em Gramado, Rio Grande do Sul (Brasil). O evento foi presidido pela Dra. Ana Luiza Maia.