Skip to main content
Área CientíficaEm destaqueProjetos de pesquisa

A Importância das Agências de Fomento

By 16 de abril de 2020julho 16th, 2020No Comments

Em meio a uma mudança drástica no mundo inteiro, em função da pandemia do Covid-19, o endocrinologista Prof. Mário Vaisman fala sobre o momento em que as Instituições Públicas de Ensino Superior e as Agências de Fomento estão sendo agredidas e desvalorizadas.

No texto, o Dr. Vaisman fala sobre o apoio a estas entidades e a importância da ciência para a população. Já no vídeo, ele explica sobre o trabalho e parceria ao longo dos 30 anos com o CNPq e lembra que os jovens não desistam mesmo em momentos de crise.

Testemunho/ Tributo

Ao se aproximar o término de minha relação de mais de 30 anos com o CNPq, em abril próximo, quando minha bolsa de pesquisador sênior se encerrará e não solicitei renovação, concluí que seria importante prestar um tributo as Agências Oficiais de Fomento, aqui representadas pelo CNPQ, por todo o apoio recebido ao longo de minha vida acadêmica.

Nesse momento da vida Nacional, no qual as Instituições Públicas de Ensino Superior e as Agências de Fomento estão sendo agredidas e desvalorizadas, me sinto na obrigação de dar um testemunho pessoal do quão importante são, e continuarão sendo, na formação de pessoal docente e pesquisadores para o desenvolvimento da educação e científico e tecnológico do País.

Não se trata de prestar contas, nem de autoelogios, pois tudo que fiz está devidamente registrado no currículo Lattes e pode ser comprovado, acessando as diferentes fontes primárias. O que me cabe é ser grato por ter tido o apoio das referidas agências, desde a primeira bolsa de Aperfeiçoamento (no longínquo ano de 1974) até chegar a Pesquisador Sênior do CNPq. Toda minha formação foi realizada na UFRJ (hoje reconheço que faltou uma experiência internacional, que teria contribuído sobremaneira para uma melhor qualificação) desde 1968, quando entrei na Faculdade de Medicina da UFRJ, na saudosa sede da Praia Vermelha (mas isso é outra história, como diria Ancelmo Goes).

Ao me graduar em 1973 e com sonho da carreira docente, permaneci no Serviço, do grande e inesquecível, Prof. Clementino Fraga Filho, como professor voluntário e com uma primeira bolsa de Aperfeiçoamento do CNPq. Em 1978, com a mudança para o Hospital Clementino Fraga Filha, na Ilha do Fundão, iniciei o Mestrado e posteriormente o Doutorado, sempre com apoio de bolsas de Pós-Graduação. A partir de 1980, já oficialmente como Professor da Faculdade de Medicina, entrei no sistema como bolsista de Produtividade, no qual galguei todos os níveis até chegar a Pesquisador Sênior.

Ao longo dessas décadas, orientei centenas de alunos de Iniciação Científica, quase uma centena de Mestrandos e Doutorandos. A maioria ocupa hoje cargos de Docentes nas principais Faculdades do País, além de um número relevante dentre eles terem se tornado Pesquisadores. Nada disso seria possível sem o apoio decisivo das Agências de Fomento, não só com bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq, mas também com Editais específicos para estímulo à pesquisa.

Enfim, espero que nossas autoridades deem o devido valor ao trabalho sério, impessoal e que se pauta exclusivamente pela meritocracia, que as Agências Oficiais desenvolvem na formação Docente e de Recursos Humanos para Pesquisa.