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Diagnosticando o Câncer de Tireoide

By 10 de fevereiro de 2012julho 9th, 2020No Comments

Após o confuso caso de diagnóstico do câncer da tireoide com a presidente da Argentina Cristina Kirchner, com suspeita até de uma falsa análise, a Dra. Laura Ward explicou o que pode ter sido o motivo para o erro:

“Não conheço nenhum artigo especifico, mas nódulos de tireoide são muito frequentes e, com o uso cada vez mais acessível de exames de imagem, em particular do ultrassom, um maior número de pessoas recebe o diagnóstico de nódulo. Estima-se que metade da população tenha um nódulo detectável na tireoide e, acima de 65 anos de idade, até 70% das mulheres possuem nódulos. 
Claro que, quanto mais frequente o diagnóstico de nódulo, maior é a chance de um nódulo ser suspeito de câncer. O US, embora seja um método muito sensível (isto é, detecta facilmente os nódulos), não tem boa especificidade (isto é, não é capaz de diferenciar com precisão nódulos benignos, que são a grande maioria, dos nódulos malignos, ou câncer). Daí temos tido um grande aumento da prevalência de casos que vão para a cirurgia desnecessariamente.

Por isso, insistimos que não se deve pedir US de tireoide sem indicação de um endocrinologista. E, quando se encontra um nódulo, além das características do US ou do próprio exame de imagem, é preciso levar em conta outros fatores antes de indicar a punção aspirativa, que é um procedimento que permite obtenção de citologia que, aí sim, tem bom poder de diagnóstico de câncer. A Presidente da Argentina deveria ter procurado um endocrinologista.”